Intercâmbio social turbina currículo para o mercado de trabalho e traz satisfação pessoal
Do UOL, em São Paulo – 12/12/2012
Pagar uma viagem internacional para trabalhar de graça em um país estrangeiro não parece ser propriamente um programa dos sonhos. Mas é essa a motivação de uma leva de brasileiros que fazem o intercâmbio social, como é conhecido o programa de voluntariado no exterior.
O que mais me marcou no voluntariado foram as pessoas incríveis que conheci
Lucas Rodrigues de Morais, 29
“Esta tendência é mais forte entre os jovens europeus. Aqui no Brasil é relativamente recente”, comenta a gerente Gisele Mainardi, da CI, agência que trabalha com pacotes do gênero. “Os jovens brasileiros agora também desejam contribuir com causas globais importantes.”
Satisfação e crescimento pessoal, e uma boa dose de aventura, são as palavras mais citadas pelos que já foram voluntários, mas existem vantagens profissionais.
O voluntariado melhora o currículo e é bem visto pelos empregadores, principalmente se foi realizado fora do Brasil, sem contar que se torna um “certificado informal” da fluência em uma língua estrangeira – o nível é avançado.
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O brasileiro Lucas Rodrigues de Morais com algumas alunas do curso de formação de professores da Universidade One World; foto tirada no Dia da Mulher Moçambicana. Durante o intercâmbio social, o funcionário público estranhou a comida: “era shima (polenta de farinha de milho branco com água) e diferentes cozidos de folhas, como de abóbora, feijão e mandioca“, conta Acervo Pessoal
“A ação voluntária dá ao jovem uma oportunidade de adquirir inteligência emocional, autoconhecimento, adaptabilidade, flexibilidade, trabalho em equipe. Além de poder criar a partir de poucos recursos e contribuir para um mundo melhor em um curto espaço de tempo”, lembra a gerente da CI.
Para Lucas Rodrigues de Morais, 29, que viveu um ano no Caribe e seis meses em Moçambique, a viagem para locais pouco convencionais abriu portas para outras áreas de atuação, como palestras e assessoria em questões sobre a África e o próprio trabalho voluntário.
Outro ganho foi adquirir uma visão mais próxima da realidade de alguns países. “Quebrei inúmeros paradigmas. A África não é um aglomerado de famintos. Não vi pessoas morrendo de fome como aparece na TV, não vi portadores de HIV, não soube de ninguém que morreu de malária ou foi comido por um leão.”