Aline Tokimatsu esteve por duas vezes na Alemanha, na primeira vez ficou 15 dias e na segunda passou um mes em Berlim. Ambas as vezes esteve frequentando um curso intensivo de Alemão respectivamente no DID-Institut, e Carl Duisberg Centren. Aline conta aqui um pouco de como foi esta experiência e o que trouxe na sua bagagem.
O que você lembra primeiro, quando pensa no seu tempo na Alemanha?
No modo de vida. O que mais me impressionou em Berlim é que, apesar de ser uma cidade grande, para os padrões europeus, parece que se aproveita mais a vida do que na minha cidade (São Paulo). Os parques, o transporte público, e a dinâmica da cidade fazem com que ela seja muito agradável e receptiva. Até hoje, lembro de cheiros e sons que me trazem memórias muito boas.
Quais foram, para você, as maiores diferenças entre o Brasil e a Alemanha? O que você gostou muito?
A maior diferença é cultural, sem dúvida. A educação que as pessoas tiveram comigo, e entre si. Ao mesmo tempo que são muito regrados e educados, Berlim também é uma cidade multicultural muito interessante. O que mais me surpreendeu logo que cheguei a primeira vez foi o fato de não existirem catracas nas estações de metrô, por exemplo. Se fosse em São Paulo, imagine a bagunça?
Como é um dia normal de curso? Foi fácil fazer amizades na escola?
Sim, foi relativamente fácil, apesar de eu já ter mais idade que os alunos destes cursos – a primeira vez que fui, tinha 26; e eles em geral tem de 18 a 22. Mas também cruzei com pessoas mais velhas. O mais legal é poder conviver com pessoas que tem histórias absolutamente diferentes da minha. Da minha última vez, em 2011, estudei com um sérvio que me trouxe uma visão de mundo bastante interessante.
Você está satisfeito com seu aprendizado? Você indicaria a escola para outros estudantes? Quais?
Sim, acho que qualquer experiência no exterior é válida, especialmente se estivermos sozinhos. Primeiro porque você aprende, de fato, a resolver todos os seus problemas sozinho. Segundo, porque será obrigado a treinar o idioma que se propôs a aprender. E terceiro, ficará mais aberto a encontrar e conhecer pessoas diferentes.
Como foi sua hospedagem? O que chamou a sua atenção?
Da primeira vez, fiquei em um hostel fechado em conjunto com a escola que estudei. O quarto era individual, mas por ser um hostel me possibilitou contatos com outras pessoas. Na segunda vez, fiquei hospedada na casa da namorada de um colega brasileiro – ela mora em Berlim, e ele em Karlsruhe. Foi ótimo, porque rendeu muitas conversas interessantes, em alemão, além de ótimas dicas sobre a cidade. E ainda me permitiu ver mais de perto como vivem os alemães.
O que você fez no seu tempo livre?
Da primeira vez, fui a locais de mais apelo turístico – Museu do Muro, Brandenburgertor, Tiergarten, entre outros locais marcantes da cidade. Na segunda vez, aproveitei para conhecer lugarzinhos frequentados mais por berlinenses. E fui ao Mauerpark de domingo, quando há um enorme karaokê, e um mercado de pulgas sensacional!
Alguma dica que poderia dar para futuros intercambistas?
Aproveitar o tempo livre para se perder pela cidade, e descobrir lugares fora de circuito turístico; além de estar aberto para conhecer novas pessoas e lugares sempre que surgir oportunidade. Tudo isso vai contribuir para trazer uma visão muito mais multicultural e global.
O Intercâmbio teve algum efeito na sua vida depois de voltar ao Brasil?
A primeira vez que fui a Berlim, nunca havia saído do país sozinha, e mal falava alemão ainda. Então o primeiro efeito imediato foi na minha confiança, de conseguir fazer tudo sozinha, e ainda me comunicar num idioma que não conhecia bem. Como sou jornalista, acabei me envolvendo também com a Deutsche Welle, tive inclusive a oportunidade de participar de um evento da rede, em Bonn, e conhecer um pouquinho de mídia alemã. Além disso, hoje sou apaixonada pela cultura do país e tenho vontade de, um dia, ir para passar um período maior.