No Brasil as pessoas estão mais do que habituadas a realizar pagamentos por cartões de crédito e débito, seja para compras grandes em lojas, até o cafezinho do dia a dia. Também é bastante comum a compra online de produtos e serviços, como assinaturas ou pedidos de comida, e a possibilidade do pagamento em parcelas.
Ainda, nos últimos anos vieram muitas inovações nesses meios de pagamento, como aproximação (do cartão físico, do celular ou smartwatch), e desde o fim de 2020 o Banco Central lançou o PIX, meio de transferência automático através de chaves cadastradas – o que no início gerou uma certa desconfiança quanto à segurança por parte da população, mas rapidamente se tornou parte do cotidiano.
Como era antes
O que parece bastante comum e avançado aqui não era exatamente parte do dia a dia na Alemanha até pouco tempo atrás, que ainda prezava pela simplicidade de pagar com notas e moedas de euro. Se no Brasil muitas pessoas não têm dinheiro vivo na carteira mais, em uma das maiores economias do mundo havia uma certa aversão a pagamentos com cartão, o que poderia deixar alguns turistas não habituados em uma situação difícil no momento de pagar uma conta no restaurante ou comprar uma lembrança de viagem.
Essa preferência em alguns países pode se dar tanto pelo sistema bancário não ser tão eficiente quanto por uma questão cultural. Quem morou na Alemanha Oriental no período da Guerra Fria, até o início dos anos 1990, sabia que havia um estado de vigilância, e o dinheiro proporciona um profundo anonimato já que não deixa lastro.
Uma pesquisa de 2016 do Banco Central Europeu constatou que os alemães carregavam em média €103 em suas carteiras, mais do que qualquer um dos outros países da zona do euro. No outro lado da pesquisa, franceses tinham em média €32, e os portugueses €29.
E agora, depois da pandemia?
Com o surgimento da pandemia do Coronavirus em 2020, o mundo todo sofreu mudanças que provavelmente vieram para ficar. O manuseio de euros poderia ser um meio de contaminação, e assim gradativamente pequenos comércios na Alemanha passaram a pedir o uso de cartões e adquiriram as famosas (e tão comuns) maquininhas. Observou-se que os alemães se adaptaram mais rapidamente a esse modo de comprar assim que começou o isolamento obrigatório, para proteção individual e conscientização da proteção dos próprios lojistas.
As mudanças fazem parte de um contexto histórico e não será de um dia para o outro nem definitivamente, por isso se estiver programando uma viagem para a Alemanha, saiba que o dinheiro em espécie ainda é essencial! Cartões e pagamentos digitais trazem muita praticidade, mas com os euros em mãos os gastos ficam muito mais controlados e assim evita-se uma surpresa na fatura após o retorno.